"Meu amor, eu volto já
Vou por aí, vou ver o mar
Ouvir o canto da sereia
E duvidar, vou duvidar,
Do céu, do sol, do chão, do ar,
Vou-me afundar
na ferida escura e esquiva
que me tem
Cativo,
Imóvel,
Sem solução
Meu amor, se eu naufragar
Se me perder no teu olhar
Desaparecer sob o luar
Me consumir de bar em bar
Na bruma bêbada de um cais
Gritar que quero mais que a vida
E mais e mais e mais
Perdoa
Perdi-me
Na confusão
Se porém eu me encontrar
Talvez o mar se acalme no meu peito
E eu possa pôr os pés no chão e respirar
E abraçar a solidão
E ocupar o meu lugar
Na vasta e tensa imensidão
E então voltar
E, se, tu ainda me quiseres
Meu amor, se desejares
Dou-te tudo o que sobrar
De mim"
...poucos minutos após acordar, "acordei" também todos estes pensamentos...
Não sei se só sou eu, mas sempre que algo corre mal - emocionalmente falando - tempos mais tarde "apanho-me" a bater na mesma tecla...a tentar perceber mas que raio aconteceu...como aconteceu...e porque é que aconteceu....e penso nisto em todas as vertentes (positivas e negativas).
Porque é que eu estava ali, naquele dia, aquela hora???
Dizem-me - e, agora, digo-vos que acredito profundamente nisso (ou se calhar não...) - tudo acontece por alguma razão...por vezes sem uma razão aparente ou evidente, mas acontece (e mais tarde tem surgido sempre a "explicação").
Mas...quer dizer, eu não sei se isto acontece com todos...chego a um ponto em que me lembro de muitas das coisas que disse e sinto vergonha (mas uma vergonha imensa) ou constrangimento ('bota' constrangimento nisso) e penso sempre, 'mas porque raio disse eu isto?!?!'...
...porque é que nem sempre temos clarividência nos nossos actos? Para que é que serve a "cegueira" latente quando o que precisamos (especialmente em época de "borboletas estomacais") é de um certo toque de racionalidade?
Estas perguntas sempre me inquietaram (e acho que me vão inquietar para sempre....não acho que alguma vez vá achar resposta).
O "meu" mundo parece ser construindo num daqueles globos de neve em que é preciso abanar para que haja algum movimento...mas todos sabemos o resultado dos abanões (caos, caos e mais caos)...
...e o quanto "dói" um abanão...
"Tinha-te a ti.
Tinha-te a ti e tinha paz
Num país que era ainda sonho
Onde a tristeza não tinha lugar
Pois era uma canção
Que não te ouvi cantar.
No tempo das crianças
Não se pode chorar
Nada e ninguém é infeliz,
Tudo é giz
A desenhar cidades
E mesmo a noite ao abraçar o ar
Não passava da porta
Para me vir buscar.
Quantos milhões de estrelas conseguiste pintar?
Tenho-te a ti, tenho-te aqui
Nesta canção oração,
Hoje sou só saudade.
E quando às vezes tendo a desistir
Do jogo da cidade
Que não se vai cumprir
Encosto-me ao teu ombro
Que hoje é parte de mim.
E um dia eu vou ter o prazer
De viver em frente ao infinito mar
E num instante recolher do ar
E graça desse amor
Que pudeste deixar
Para fazer o dia
Finalmente chegar."
JP Simões, Micamo in 1970
¨ ...
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